quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Diálogo que eu escreveria se minha vida fosse um seriado americano



- Did someone ever told you that your intelligence is increabily sexy?

- Ooh, you are dangerous.

- I'm sorry?

- There were a thousand of possibilities of ways to continue this conversation with me. A hole universe of dialogues that could have been made... But you choose... you chose to be charming. I know danger when I see it and that's what it looks like.

- You are dangerous, too.

- No, I am not. I used to be the smart boy who get's in trouble because of dangerous guys. That's how I know danger. And that's why I am now the smart boy only. Excuse-me.

Não há perdão para a publicidade

Experimentei no último post colocar os links para os livros a que me referi no texto. Pensei que podia ser encarado como uma tentativa barata de publicidade do meu trabalho e resolvi me retratar. Não há retratação. É uma tentativa barata de publicidade, sim. Por outro lado, também é uma forma de agregar valor ao blog como fonte de informação, caso alguém venha a se interessar pelos livros ou pelos conceitos e tudo mais.Pretendo continuar fazendo isso. Outra coisa coisa que pretendo fazer, à medida que o blog vai ganhando um formato mais definido, é postar alguns trechos do que eu estiver lendo para compartilhar com possíveis interessados ou com desinteressados que procurem por algo interessante (pertenço a essa categoria em boa parte do meu dia).

Este blog não nasceu pronto. Ele foi feito para adquirir uma identidade enquanto eu descobria sobre quais assuntos queria falar. O nome era para ser o título de um conto que nunca - ou ainda não - foi escrito e as tags são mais brincadeiras do que uma classificação de verdade. A única coisa que eu tinha, na verdade, era a vontade de escrever e a necessidade de assumir algum compromisso com a escrita. De modo que assumi o compromisso de não desistir da empreitada.

O critério para postar coisas é basicamente a inquietação que me gerar algum assunto. A verdade é que sou uma pessoa bastante inquieta ou facilmente inquietável, de modo que a inquietação precisará estar aliada a alguma capacidade de foco da minha parte ( um pouco mais rara, digamos assim). Mas o compromisso é esse. Achar uma cara para o blog, que tem "muitas questões e nenhuma costura", como diria um psicanalista que conheci. E, quem sabe, acabar montando o quebra-cabeça dos meus próprios pedaços.




sexta-feira, 5 de novembro de 2010

A ironia erótica de Thomas Mann


Arte: Isabela Taylor

A "ironia erótica" foi um termo cunhado pelo escritor Thomas Mann para definir um tipo muito específico de discurso analítico. Trata-se de um discurso que se debruça sobre as falhas por entender que é apenas a partir do que é falho e imperfeito que temos o singular. Ele assume as falhas como a essência do humano. E toma a perfeição como uma traição da humanidade. É irônico, porque, por ser um discurso, é cruel, perverso na distância que se toma do objeto sobre o qual se discursa. Mann percebe na atividade do escritor um certo grau de perversidade. É frio, ele diz, o ato de "denunciar" em palavras algo que é único e íntimo, a imperfeição. E é erótico porque é feito com amor. Mais do que aceitar a falha, busca-se compreender os aspectos mais desejáveis dela. Para chegar, enfim, à conclusão de que não se pode amar o que não é imperfeito.

Reverencia-se, mas reverência não é amor.

Para esclarecer a ideia, Joseph Campbell usa o exemplo das pessoas que não conseguem amar a noção do Deus onipotente, mas que amam a figura de Cristo, ferido, pregado na cruz. É o sofrimento, explica, que referenda esse amor. É como se, ao compreendermos a dor que as falhas de alguém impõem a essa pessoa, pudéssemos amá-la verdadeiramente. Creio que a máxima é igualmente válida para nós mesmos. Se compreendermos que uma marca ficou como o registro de um machucado profundo, passamos a gostar mais dela e do que ela tem a contar. E, por "gostar mais", não quero dizer simplesmente aceitar, mas se orgulhar mesmo.


Como quem diz: "É, essas estrias nas minhas costas são minhas digitais".

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Retratação a uma amiga

Preciso desdizer algo importante. Eu havia dito que músicas eram só músicas. Eu menti. Eu menti e o pior de tudo foi que eu acreditei nessa mentira. Não eram só músicas, não são só músicas. Nunca me deixe te fazer acreditar nisso, por mais sensato que eu possa parecer. Nunca deixe que ninguém, nem você mesma, te faça perder a capacidade de se impressionar com as coincidências como uma música que toca na hora em que você pensa numa pessoa. Existem mil explicações racionais para isso. Mas nenhuma delas é impressionante. E uma música que toca quando você se lembra de alguém é. Não importa quantas vezes isso aconteça, impressione-se de novo. E ria de tolices como a minha.