sexta-feira, 31 de outubro de 2014

buracos de ir

Ouço o canto do abismo e o conto cavernoso dos buracos semi-tamponados de vaginas esquecidas de sua possibilidade de criação. Ouço o cu do mundo, inventando merdas, despejando sua ingrata generosidade nos malfadados herdeiros de pai ausente. Ouço mães enormes que não sabem onde começa a mulher e termina a filha, ouço meninos que se querem paus cada vez maiores, ouço - mas aí é pouco - alguma loucura. Porque há salvação. Mesmo que ninguém salve ninguém. E do que mesmo que se salva? De uma existência sem graça, eu acho. Ouço algum riso.

Ou sorriso.

E você? Por onde tem rido?