Ouço
o canto do abismo e o conto cavernoso dos buracos semi-tamponados de vaginas
esquecidas de sua possibilidade de criação. Ouço o cu do mundo, inventando
merdas, despejando sua ingrata generosidade nos malfadados herdeiros de pai
ausente. Ouço mães enormes que não sabem onde começa a mulher e termina a
filha, ouço meninos que se querem paus cada vez maiores, ouço - mas aí é pouco
- alguma loucura. Porque há salvação. Mesmo que ninguém salve ninguém. E do que
mesmo que se salva? De uma existência sem graça, eu acho. Ouço algum riso.
Ou
sorriso.
E
você? Por onde tem rido?