domingo, 16 de setembro de 2012

Qualquer hora dessas se projeta do quinto andar

Violentas fugas e incongruências
O humor oscilava nu pela casa
correndo da cozinha à janela, num baque
sala ao quarto, pelo a pelo, surdo

O pênis balanço pendular
ora teso angustiado de abrigo
ora adormecido para sempre
Enjoado da vida da vida gasta nos poros

Inclinava-se na janela da sala
todo ele uma linha, bailarino
Pássaro enjaulado em si mesmo
provocando riso dos pasmos

Perguntava-lhe - O que foi, amor?
Respondia "vou passar."