segunda-feira, 16 de maio de 2011

Desamado

Se ninguém te ama, vem ser desamado aqui, vem. Vem sem o amor. Vem perdido, sem futuro para hoje. Sem o quando chegar. Se ninguém te ama, vem sem dançar. Deita aqui, sem amor. Senta na beirada da cama, encolhido no canto com os pés escondidos na coberta. Deita como quem não aguarda; quem não tem amor não precisa agradar. Faz a cara de quem ficou, de quem sobrou na festa, de quem errou o caminho e chegou no fim, quando todo mundo já tinha um par. Faz cara de menino deixado no canto, no canto da cama, da balada, do agito, da noite. Faz cara de quem chega e toca a campainha e nunca tem amor. Vem sem ser amado, chega desarmado. E então fica.

3 comentários:

Gustavo Paiva disse...

Ai, mano. rs
Eu já li isso aqui umas 30 vezes...

Ana Siqueira disse...

"Deita como quem não aguarda; quem não tem amor não precisa agradar". Que coisa linda rapaz! Você é intenso! Muito bom mesmo! To seguindo, beijo :)

Gustavo Paiva disse...
Este comentário foi removido pelo autor.