segunda-feira, 11 de novembro de 2013

A rocha persiste em vigilante aguardo da próxima onda,
é pétrea vontade que a sustenta frente ao mar;

Ergue-se o rochedo para um sol generoso,
inteira ela é os sulcos cavados as salinas,
o que cresce nas salas escuras,
o escuro,
o musgo,
o escorpião do mar e o caranguejo.

Mesmo os pedaços da pedra lascada
sabem do destino da rocha frente ao mar.
Nas tardes chuvosas,
o vento o grita sem piedade e com zombaria
não é segredo à rocha, nem mistério,
o seu fim trágico, perene desgaste, membro à membro

A rocha persiste.

Frente à morte,
à dissolução onda a onda,
ao embate mortal contra o mar,
ao nada,
a rocha persiste.

É que sem o mar,
a rocha seria apenas pedra ou nem isso.
sem o mar,

Não haveria o tempo!;

persistência firme de saber que não há dignidade sem espera,
que a rocha não se ergue em sua qualidade de rocha,
sem o impacto que suporta sem ceder.

A rocha sabe que o mar, enfim a devorará,
e sem que se entregue,
e sem que se esquive,
a rocha o ama

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