sábado, 18 de maio de 2013

Crônica da Pólvora I

D. teme enlouquecer. Precisa ir embora de Brasília. Disse-me que é o céu e a solidão e o deserto. Precisa ir embora. São as bordas, me contou. Há um momento em que se as tateia e sabe da farsa. Numa noite eu o abracei e falei de deuses. Contei histórias até que dormisse. Ele murmurou que era como ouvir o mar, enorme e constante. As histórias são assim, presumo. Não cessam de ir e vir e quebrar sobre a areia.

Nenhum comentário: