sábado, 18 de maio de 2013

Crônica da Pólvora III

Na cidadezinha em que nos conhecemos, uma vez dormimos no píer. J. me disse então que era engraçado que eu não fosse mulher e mesmo assim ele sentisse que podia dormir no meu ventre. Entrar ali e dormir ali. E me habitar. Disse-me que, com um ventre como o meu, eu logo quereria filhos. Mas eu não era mulher. Disse isso a ele, antes de nos separarmos. E fiquei muito tempo olhando os barcos amarrados no píer, e desejei que inundassem.

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